sábado, 20 de março de 2010

Queria tanto poder dar uma dedicatória

SONETO DA FIDELIDADE

Vinícius de Morais

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Não há amor maior

Qualquer que fosse seu alvo inicial, os tiros de morteiros caíram em um orfanato dirigido por um grupo missionário na pequena aldeia vietnamita.Os missionários e uma ou duas crianças morreram imediatamente e várias outras crianças ficaram feridas, incluindo uma menininha de uns oito anos de idade.

As pessoas da aldeia pediram ajuda médica de uma cidade vizinha que possuia contato por rádio com as forças americanas.Finalmente, um édico e uma enfermeira da Marinha americana chegaram em um jipe apenas com sua maleta médica.Determinaram que a menina era a que estava mais gravemente ferida.Sem uma ação rápida, ela morreria por causa do choque e da perda de sangue.

Uma transfusão era imprescindível e era necessário um doador com o mesmo tipo sanguíneo. Um teste rápido revelou que nenhum dos americanos tinham o tipo correto, mas vários dos órfãos que não haviam sido atingidos tinham.

O médico falava um pouco de vietnamita simplificado e a enfermeira possuía uma leve noção de frencês aprendido no colégio.Usando essa combinação , juntos e com muita linguagem de sinais improvisada, eles tentaram explicar para a jovem e assustada platéia que, a não ser que pudessem repor uma parte do sangue perdido pela menina, ela com certeza morreria.Então perguntaram se alguém estaria disposto a doar um pouco de sangue para ajudar.

Seu pedido encontrou um silêncio estupefato.Após longos momentos, uma mãozinha lenta e hesitante levantou-se, abaixou e levantou-se novamente.

- Oh, obrigada - disse a enfermeira em francês - Qual é o seu nome?
- Heng - veio a resposta.

Heng foi rapidamente colocado em um catre, os braços limpos com álcool e uma agulha inserida em sua veia.Durante toda a penosa esperiência, Heng permaneceu tenso e em silêncio.

Depois de algum tempo, ele soltou um soluço trêmulo cobrindo rapidamente seu rosto com a mão livre.

- Está doendo, Heng? - Perguntou o médico.

Heng balançou a cabeça, mas, após alguns instantes, outro soluço escapou e mais uma vez ele tentou esconder o choro.Novamente o médico perguntou se a agulha o estava machucando e novamente Heng balançou a cabeça.

Porém agora seus soluços ocasionais haviam dado lugara um choro constante e silencioso, seus olhos apertados, o punho na boca para abafar seus soluços.

A equipe médica estava preocupada.Algo obviamente estava muito errado.Nesse momento, uma enfermeira vietnamita chegou para ajudar.Vendo o sofrimento do pequeno, ela falou rapidamente com ele em vietnamita, escutou sua resposta e respondeu-lhe com a voz reconfortante. Após um instante, o paciente parou de chorar e olhou interrogativamente para a enfermeira vietnamita.Quando ela assentiu, um ar de grande alívio se espalhou pelo rosto do menino.

Olhando para cima, a enfermeira contou calmamente para os americanos.

- Ele achou que estava morrendo.Entendeu errado. Achou que vocês haviam pedido que dessem todo o seu sangue para que a menina pudesse viver.

- Mas por que ele estaria disposto a fazer isso? - perguntou a enfermeira da Marinha.

A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta para o menino, que respondeu simplesmente:

- Ela é minha amiga.

(Col. John W. Mansur - Extraído de The Missileer)

Essa é para todos os meus amigos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Para vc que nem sabe meu e-mail

Eu não sei o que eu to fazendo mas tenho que fazer
Naquela noite que eu te conheci eu acho que nunca vou esquecer
Um momento quase perfeito inocente em seus defeitos
Tudo que é bom dura pouco e não acaba cedo.

Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus
Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse.

Eu disse vamo embora to meio tonto
Preciso respirar lá fora
Me leve para sua casa
Eu quero dormir onde você mora
Eu passando mal e você ria
Tanto barulho eu não entendia
Mas concordava sem saber
Com tudo que você dizia.

Se me pedisse pra pular de um prédio
Eu diria sim
Qualquer coisa pra você gostar de mim.

Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse adeus
Agora pra sempre
foi embora mas eu nunca disse.

Eu perdi o rumo e comecei a delirar
Acho que prometi até parar de beber e de fumar
De repente a noite acaba e todo mundo some
Eu me lembrei que eu esqueci de perguntar o seu nome
Sem endereço nem direção por onde começar
Qualquer coisa pra poder te encontrar

segunda-feira, 8 de março de 2010

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a enyreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Diz uma música do Kid Abelha: "Procuro evitar comparações entre flores e declarações, eu tento te esquecer. A minha vida continua, mas é certo que eu seria sempre sua ,quem pode me entender...Depois de você, os outros são os outros e só..."

E é isso que acontece comigo, porque você virou referência e está no topo de qualquer escala categórica, se é que isso pode existir depois de você.

E tudo isso porque você não é "o cara", você é "O Homem", que fez o grande favor de aparecer na minha vida e foder com todas as chances que alguém além de você poderia ter comigo, porque eu vou sempre comparar e sei qual vai ser a resposta....VOCÊ!

Você que aparece, me dá tremedeira, me deixa cheia de nó no cabelo, borra minha maquiagem, me cheira como se fosse bicho, e depois vai embora, só pra carimbar mais uma vez sua existência que já inundou meu coração, levando meus pedaços.

Me deixa inteira por favor, e leve o pacote completo com você de uma vez por todas, homem do inferno!